terça-feira, 4 de junho de 2013

Poemeto de amor ao próximo



















Poemeto de amor ao próximo

Me deixa em paz. 
Deixe o meu, o dele, o dos outros em paz!
Qualé rapaz, o que é que você tem com isso?
Por que lhe incomoda o tamanho da minha saia?
Se eu sou índia, se sou negra ou branca, 
se eu como com a mão ou com a colher,
se cadeirante, nordestino, dissonante, 
se eu gosto de homem ou de mulher, 
se eu não sou como você quer?
Não sei por que lhe aborrece
a liberdade amorosa dos seres ao seu redor.
Não sei por que lhe ofende mais 
uma pessoa amada do que uma pessoa armada!?
Por que lhe insulta mais
quem de verdade ama do que quem lhe engana?
Dizem que vemos o que somos, por isso é bom que se investigue: 
o que é que há por trás do seu espanto, 
do seu escândalo, do seu incômodo
em ver o romance ardente como o de todo mundo, 
nada demais, só que entre seres iguais?
Cada um sabe o que faz 
com seus membros,
proeminências,
seus orifícios,
seus desejos, 
seus interstícios.
Cada um sabe o que faz,
me deixe em paz.
Plante a paz. 
Esta guerra que não se denomina
mas que mata tantos humanos, estes inteligentes animais,
é um verdadeiro terror urbano e ninguém aguenta mais.
“Conhece-te a ti mesmo”
este continua sendo o segredo que não nos trai.
Então, ouça o meu conselho
deixe que o sexo alheio seja assunto de cada eu,
e, pelo amor de deus, 
vá cuidar do seu.

Elisa Lucinda, quinze de maioutono lindo

Fonte: https://www.facebook.com/elisalucinda/posts/457714734312963

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