sexta-feira, 22 de abril de 2011

JUDAS, UM INJUSTIÇADO???



EVANGELHO DE JUDAS

O Evangelho de Judas é um evangelho apócrifo, atribuído a autores gnósticos nos meados do século II, composto de 26 páginas de papiro escrito em copta dialectal que revela as relações de Judas com Jesus Cristo sob uma outra perspectiva: Judas não teria traído Jesus, e sim, atendido a um pedido deste ao denunciá-lo aos romanos.

Desaparecido por quase 1700 anos, a única cópia conhecida do documento foi publicada em 6 de abril de 2006 pela revista National Geographic. O manuscrito, autentificado como datando do século III ou IV (220 a 340 D.C.), é uma cópia de uma versão mais antiga redigida em grego. Contrariamente à versão dos quatro Evangelhos oficiais, este texto clama que Judas era o discípulo mais fiel a Jesus, e aquele que mais compreendia os seus ensinamentos. O seu conteúdo consiste basicamente em ensinamentos de Jesus para Judas, apresentando informações sobre uma estrutura hierárquica de seres angelicais e uma outra versão para a criação do universo.



CONFIRMANDO A AUTENTICIDADE DO CÓDICE



Para ter certeza de sua idade e autenticidade, a Sociedade National Geographic submeteu o códice ao exame mais detalhado possível, sem danificá-lo. O trabalho incluiu o envio de pequenas amostras do papiro e da encadernação de couro para um rigoroso processo de datação por radiocarbono. Outro teste consistiu na análise da tinta utilizada. O manuscrito também foi submetido a imagem multiespectral e analisado por proeminentes estudiosos, peritos nas áreas de paleografia e codicologia.

Página 58 do Códice


Datação por Radiocarbono:

Em dezembro de 2004, Terry Garcia, vice-presidente executivo dos programas de missão da Sociedade National Geographic, entregou cinco pequenas amostras do documento para o centro de datação por carbono da Universidade do Arizona, o Laboratório de Espectrometria de Massa com Aceleradores (AMS), da NSF, em Tucson, no Arizona.

Quatro amostras eram pedaços de papiro do códice, enquanto a quinta amostra era uma pequena parte de couro da encadernação, com papiro agregado. Nenhuma parte do texto foi danificada no processo.

No início de janeiro de 2005, os cientistas do AMS terminaram o teste de datação por radiocarbono. Embora individualmente o período das amostras tenha variado, a média ficou entre os anos 220 e 340 d.C.

De acordo com o diretor do laboratório AMS, Tim Jull, e o cientista pesquisador Greg Hodgins. "As idades calibradas das amostras de papiro e couro estão fortemente ligadas e remetem origem do códice aos séculos III e IV d.C".

Desde sua descoberta no final da década de 40, a datação por radiocarbono tem sido a chave mestre para datar antigos objetos e artefatos em campos diversos, desde arqueologia até paleoclimatologia. O desenvolvimento da tecnologia de espectrometria de massa por aceleração, no começo dos anos 80, permitiu que os pesquisadores passassem a examinar fragmentos muito pequenos de artefatos, como foi realizado no caso do códice.

O laboratório AMS, do Arizona, é mundialmente reconhecido por seu trabalho - que inclui a precisa datação dos Pergaminhos do Mar Morto, que possibilitou que os estudiosos colocassem os pergaminhos precisamente dentro de seu contexto histórico adequado.

Análise de Tinta:

Em um trabalho adicional para certificar a autenticidade do códide, amostras de tinta foram analizadas pela McCrone Associates Inc., em Westmont, Illinois, uma empresa renomada por seus trabalhos em analise microscópica. Esta análise novamente confirmou a autenticidade do documento.

Diversas páginas do documento foram examinadas na Suiça pelo líder do projeto, Joseph Barabe, um pesquisador especialista em microscopia. Um fragmento também foi fornecido para análise no laboratório em Westmont, Illinois. Barabe também realizou microscopia de luz polarizada (PLM) que sugeriu a presença tanto de tinta a base de carbono e uma tinta semelhante a ferrogálica.

Testes de Microscopia eletrônica de varredura com espectrometria por energia dispersiva de raio-X, microscopia eletrônica de varredura com emissão de campo de alta-resolução e difração de raio-X, conduzidos por Joseph Swider, confirmaram a presença de ferro como um principal componente, e negro-de-fumo como componente adicional.

A microscopia eletrônica de transmissão, conduzida por Elaine Schmacher confirmou a presença de ferro em várias formas como um constituinte principal da tinta e negro-de-fumo similarmente presente. Schumacher também identificou muitos outros componentes secundários.

A espectroscopia infravermelha, conduzida por Kate Martin, identificou a ligação média como goma - que está em conformidade com as tintas usadas nos séculos III e IV d.C.

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