terça-feira, 15 de março de 2011

DIA MUNDIAL DO CONSUMIDOR

Fui ao Extra pela manhã e me surpreendi com um cartaz dizendo que hoje é o Dia Mundial do Consumidor. Confesso que não sabia. Além do cartaz havia um bolo de chocolate recheado e com cobertura (estava uma delícia!), acompanhado de Ice Cola (uma droga!) para nos oferecer. Melhor que um bolo delicioso e um refrigerante ruim, seria o Extra ter dado um desconto de, pelo menos, 50% em todos os itens, durante todo o dia de hoje, para quem fosse lá fazer compras. Era uma atitude mais que justa para homenagear quem os torna cada dia mais ricos, NÓS, OS CONSUMIDORES!

Enquanto pegava os produtos, minha mente ia lembrando o quanto os consumidores deste amado Brasil são desrespeitados. Lembrei também do que me aconteceu dentro do próprio Extra, no dia 21/06/2010, quando 4 mulheres roubaram minha carteira dentro do elevador, enquanto conversavam comigo para me distrair, tendo uma delas simulado até uma tontura. No elevador não havia e nem há câmeras de segurança, o que, certamente, inibiria um roubo e ajudaria na identificação de possíveis ladrões. No entanto, dentro da loja, existem várias câmeras para monitorar os CONSUMIDORES que roubam ou comem algum alimento sem pagar.

Esse incidente do roubo no Extra me trouxe grandes e ruins conseqüências, pois, além de ter que tirar todos os documentos e cartões de crédito novamente, meu nome foi para o SPC e Serasa porque as ladras fizeram cartões na C&A e no Banco IBI, que são a mesma empresa, com os meus documentos e fizeram um monte de compras com eles. Saliento que SPC e Serasa estavam devidamente avisados do roubo, por notificação oficial e documentada, desde o dia em que ele aconteceu, mas a C&A e o IBI não fizeram a consulta correta a esses órgãos e eu é que me ferrei. E só descobri porque, 4 meses depois, fui fazer um cartão na Saraiva e foi negado porque meu nome estava sujo. Claro que acionei o Banco IBI por danos morais e ganhei uma indenização. Pelo menos isso, no meio dessa confusão toda que me aconteceu.

E por falar em roubar ou comer nas lojas, hoje vi um senhor de cabelos brancos pegando um pão-de-batata na padaria do Extra e comendo na maior cara-de-pau. Dei um monte de risadas com a situação. E eu também como dentro dos supermercados. Quando estou com fome sempre pego um iogurte líquido ou um biscoito dos pequenos, mas guardo a embalagem e pago quando chego ao caixa, mas o senhor grisalho pegou um pão que precisaria ser embalado, pesado e pago antes e comeu. Achei ótimo!!!

Escrevendo estas linhas me vieram à mente mais e mais situações de desrespeito, como o tempo que passamos nas filas dos bancos, por exemplo. Por lei, eles têm 15 minutos para nos atender, mas na prática não é assim. Uma agência do Branco do Brasil, na cidade de Cajazeiras, interior da PB, foi fechada hoje por não respeitar esses 15 minutos. Se isso fosse exigido sempre, todas as agências de banco fechariam diariamente.

Os supermercados são obrigados, pelo Código de Defesa do Consumidor, a terem embaladores nos caixas, mas nunca têm. A gente chega ao Bompreço da Praça Castro Pinto, pertinho da minha casa e vê um cartaz onde diz que há embaladores na loja, mas penso que todos são como “Gasparzinho, o fantasminha camarada”, invisíveis para os olhos, pois nunca os encontro. Como sou muito chata e quero meus direitos respeitados, quando vou fazer as compras grandes no final do mês, aviso logo ao caixa que não vou embalar nada, que chame alguém para fazer isso e que, se o patrão dele diminuir os preços para eu embalar, farei isso de muito bom grado, mas como nos preços dos produtos já está embutido o salário do embalador, então que eu tenha um para fazer a função dele. Se não aparecer ninguém para embalar, a fila fica parada, porque eu não embalo mesmo!

No ano passado descobri que o meu plano de saúde cobrava por um medicamento que meu pai toma (eu pago uma mensalidade baixa pelo plano e a participação em todos os procedimentos que precisar), por conta do câncer da medula do qual é portador, 10 vezes mais que o valor dele. O medicamento é Granocyte, caixa com 5 ampolas que eu comprei em fevereiro de 2010 por R$ 283,00 na Farmácia Prescrita. Em março papai precisou novamente e pedi ao plano, ao invés de comprar. Em abril, quando peguei o extrato de participação, vi que o mesmo medicamento estava sendo cobrado a R$ 2.215,00 e o valor da minha participação, que é de 15%, foi de R$ 332,00, mais caro que se eu tivesse comprado na Prescrita. Quase tive um troço!

Fui ao hospital e lá me mostraram uma tabela (Brasíndice) que o plano manda seguir para cobrança, na qual o preço era aquele mesmo. Fui ao plano e me confirmaram o absurdo dessa tabela. Aí eu mandei ver! Na mesma hora fiz uma reclamação por escrito, pedindo que a tabela fosse revista e anexando um orçamento da Prescrita com os valores reais, que eu havia levado por precaução. Em seguida fui chamada para conversar com o gerente do plano a quem também reclamei muito e ameacei, veladamente, com o Ministério Público, que me prometeu uma solução.

Nunca me deram uma resposta por escrito, como deveriam, mas o resultado é que hoje existe uma tabela do próprio plano, cobrando preços aproximados aos praticados pela Farmácia Prescrita e não o absurdo de antes. A minha reclamação e o meu esperneio valeram de alguma coisa. Ainda bem!

E para não falar só de coisas ruins, quero deixar registrado aqui um programa que a Phillips tem de respeito ao consumidor. Se comprarmos um produto Phillips de uso pessoal e não nos adaptarmos a ele, mesmo depois de usado podemos devolver e sermos ressarcidos com o valor total do produto. Eu comprei um barbeador elétrico para o meu pai, que usou uma vez, irritou a pele e ele disse que não usaria mais. Telefonei para a Phillips, fui orientada a esperar 20 dias, ligar de novo, pegar um número de registro e devolver o barbeador numa assistência técnica. Fiz isso e 20 dias após eles depositaram o valor do produto na minha conta, mesmo eu tendo comprado em 3 parcelas. Essa é uma coisa muito boa, no meio de tanto desrespeito do qual somos vítimas sempre.

Essas são só algumas situações que lembrei onde o meu direito de consumidora foi pelo ralo. Apesar do avanço que é o Código de Defesa do Consumidor, muita coisa precisa ser feita ainda para que possamos ser respeitados pelo que realmente somos e pelo jargão que muitas empresas usam para nos classificar: REIS! Se não fossem por nós, OS CONSUMIDORES, eles, as empresas, os prestadores de serviços, as lojas, não seriam nada, não existiriam. Mais respeito então com os REIS!

Fátima Vieira

Um comentário:

passos2 disse...

Olá, tudo bem?!

Só pra mim ter uma idéia, quanto que vc ganhou nessa indenização do IBI?
Porque eu também tenho uma ação contra esse banco e gostaria de saber se vc fez acordo e quanto eles pagaram.

Obrigado

passos2@hotmail.com